Dorsai
scifi / October 23, 2010

Um destes dia, numa das muitas feiras de livros com que frequentemente me cruzo (desta vez penso que nas festas de Corroios), comprei mais uns quantos livros da colecção Argonauta, da editora «Livros do Brasil». Acabei agora de ler um deles, Dorsai! Dorsai é uma obra de ficção cientifica, da autoria de Gordon R. Dickson, autor galardoado com três prémios hugo e um prémio Nébula. Donal resolveu afastar-se, pois já não valia a pena continuar a escutar a conversa. Caminhou em silêncio até calcular que já não poderia ser ouvido; a partir daí afastou-se rapidamente, sem se preocupar com o barulho que fazia. O percurso seguido até encontrar Hugh levara-o a atravessar quase toda a povoação, e como tal estava agora muito perto do perimetro da sua força. A curta noite do hemisfério norte de Harmonia estava já a ceder lugar a uma alvorada cinzenta. Dirigiu-se aos seus homens, estremecendo ao ter mais um dos seus estranhos pressentimentos. – Alto! – gritou uma das sentinelas quando Donal dobrou a esquina da última casa. – Alto! Dê-me a senha… senhor! – Vem comigo! – gritou Donal. – Como é que se vai para a área do Terceiro Grupo? – Por aqui, senhor…

A Última Aula
filosofia / October 23, 2010

A Última Aula é muito mais do que um livro. É realmente a última aula, dada por um professor catedrático, Randy Pausch, consciente de que essa seria a sua última aula. A Carnegie Mellon University, a Univerdade onde Randy terminou a sua carreira, teve em tempo um programa a que chamava A última aula, em que um professor convidado dava aquela que gostaria que fosse a sua última aula. No caso de Randy Pausch, devido ao problema de cancro que lhe tinha sido diagnosticado, essa seria mesmo a sua última aula. Ele sabia-o, e fez dessa uma aula que merece ser recordada. Deixo-vos um pequeno estrato do livro, que foi escrito posteriormente a essa aula, estendendo-a: Sonhar em grande Os homens pisaram a Lua no Verão de 1969, tinha eu oito anos. Soube então que quase tudo era possível. Era como se todos nós, em todo o mundo, tivéssemos obtido permissão para ter sonhos em grande. Nesse verão tinha ido acampar e, quando o módulo lunar poisou, fomos para a casa principal da fazenda, onde tinham ligado uma televisão. Os astronautas estavam a demorar muito tempo a organizar-se antes de poderem descer a escada e andar na superfície da lunar. Eu compreendia. Tinham…

Você, Lda
finanças pessoais / October 23, 2010

Você, Lda é um livro sobre como gerir a própria imagem, sobre a empresa pessoa. É indispensável para o profissional independente e para o pequeno empresário, mas é indicado para todos nós. Na realidade, como os próprios autores (Harry e Christine Beckwith) dizem logo num dos primeiros tópicos do livro, todos nós nos vendemos, constantemente. Este é o livro que leio actualmente, ao almoço, depois do jantar, e às vezes nas filas de trânsito. O livro é constituido por pequenos artigos, a maioria deles de menos de uma página. É, por assim dizer, um aglomerado de pequenos conselhos, muito úteis, e aparentemente óbvios. Mas, talvez por isso mesmo, importante de ler. Desse pequenos conselhos, deixo-vos A roupa interior do escritor: A Roupa Interior do Escritor Na escrita, alguns chama-lhe “a roupa interior do escritor”. Para onde quer que olhe, ela agita-se na aragem. Está lá quando o orador diz: “Vou ser recebido por Sua Santidade em Roma.” Ou quando o designer gráfico acrescenta ao logotipo uns floreados que parecem gritar: “Vejam como sou inteligente.” Ou quando alguém escolhe uma palavra erudita, quando uma palavra simples transmitiria melhor o que pretende dizer. Em cada um destes casos, o comunicador entendeu mal o que…

Blink!
investigação / October 23, 2010

Blink! é um longo inventário de situações que se cruzam e entrecruzam, como muito em comum, a começar pela sua relação com as decisões intuitivas e o inconsciente, com decisões informadas, decisões subinformadas e decisões excessivamente informadas. Malcolm Gladwell fala-nos de diversas situações em que mudando a quantidade de informação utilizada para tomar decisões (mesmo aqueles decisões instantâneas, de vida ou morte, ou se gostamos ou não de uma pessoa) a decisão teria sido completamente distinta. Eis alguns exemplo: Recentemente, a investigadora clínica Wendy Levinson gravou centenas de conversas entre um grupo de médicos e os seus pacientes. Cerca de metade dos médicos nunca tinham sido processados. A outra metade fora alvo de processos judiciais pelo menos duas vezes, e Levinson, tendo como base apenas as conversas, verificou que havia diferenças claras entre os dois grupos. Os médicos que nunca tinham sido processados passavam mais três minutos com cada paciente do que os que o tinham sido (18,3 minutos em vez de 15). Eram mais passíveis de fazer comentários «de orientação», tais como: «Primeiro faço-lhe um exame, e depois falamos no assunto», ou então: «A seguir teremos tempo para responder às suas perguntas», o que ajudava os pacientes a perceber…

Pense e Fique Rico
finanças pessoais / October 23, 2010

Determine na sua mente a quantia exacta de dinheiro que deseja receber. Não é suficiente dizer apenas “Quero muito dinheiro”. Seja preciso na quantia. Determine exactamente o que tenciona dar em troca do dinheiro que deseja. (A ideia de “algo a troco de nada” não existe.) Estabeleça uma data definitiva em que pretenda ter em sua posse o dinheiro que deseja. Crie um plano preciso para levar a cabo o seu desejo e comece de imediato, esteja ou não preparado para pôr o plano em acção. Agora coloque-o por escrito. Escreva uma declaração objectiva e concisa com a quantidade de dinheiro que pretende adquirir, determine a data limite para a sua aquisição, indique o que tenciona dar em troca do dinheiro e descreva claramente o plano através do qual tenciona acumulá-lo. Leia a sua declaração escrita em voz alta, duas vezes ao sia. Leia-a uma vez à noite antes de se deitar, e outra de manhã depois de se levantar. Enquanto lê, veja-se, sinta-se e acredite estar já na posse do dinheiro. Estes seis passos foram retirados do livro Pense e Fique Rico, da autoria de Napoleon Hill. Terminei esta semana a leitura deste livro, que tenciono voltar a ler em…

Friday
scifi / October 23, 2010

Quando saí da cápsula do Feijoeiro do Quénia, ele ia mesmo atrás de mim. Seguiu-me através da porta que levava à Alfandega, Saúde e Imigração. Quando a porta se contraiu atrás dele, matei-o. Nunca gostei de andar no Feijoeiro. O meu desagrado já atingira o ponto máximo, mesmo antes do desastre com o Anzol Celeste de Quito. Um cabo que sobe em direcção ao céu, sem nada que o segure, cheira a magia. Mas a única forma alternativa de chegar a Ell-Cinco era excessivamente morosa e cara; as minhas encomendas e aquilo de que dispunha para despesas não dava para isso. Por tudo isto já estava com os nervos em franja, mesmo antes de sair do transporte de Ell-Cinco, na Stationary Station, para tomar a cápsula do Feijoeiro… mas, cos diabos, lá por estar com os nervos em franja não queria dizer que fosse matar um homem. A minha intensao era apenas deixá-lo inconsciente durante algumas horas. Assim começa a estória de Friday, uma mulher artificial, criada pela engenharia genética. Este livro de Robert HeinLein, que há alguns anos a Europa América publicou na sua colecção Ficção Cientifica de Livros de Bolso, em três volumos, é a terceira obra de HeinLein que…

Contos de Fados Politicamente Correctos
contos / October 23, 2010

Mas, naquele ano, o Inverno chegou muito cedo (ou foi o Verão que se foi embora muito depressa, dependendo da orientação climatérica de cada um) e os campos rapidamente deixaram de produzir. A pobre cigarra achou-se vitima dos caprichos das alterações meteorológicas. Andou saltitando pelos campos em busca de sustento de qualquer espécie. Ter-se-ia contentado com uma migalha, uma casquita, um semente ressequida, mas nada encontrou que fosse comestível. Até que vislumbrou a formiga, que, com toda a energia, arrastava atrás de si uma bela palha de trigo. A fome da cigarra levou a melhor sobre o seu orgulho e ela avançou, com a ideia de pedir à formiga que com ela repartisse um bocadinho do seu imenso pecúlio alimentar. Só que a formiga, mal avistou a cigarra, desatou a gritar. «AAAAHHHHHHHHH!!! O que é que tu queres? Que estás aqui a fazer? Vinhas roubar a minha palha, não vinhas? Eu sei que tu andavas à espera do dia em que me havias de roubar tudo o que tenho! Eu conheço bem a tua laia!» A cigarra bem tentou interrompê-la, mas a formiga prosseguiu: «Não me digas nada! Não me venhas com falinhas mansas e promessas vãs! Para ter o…

A pérola
classicos / October 23, 2010

– Kina, essa pérola é uma coisa maligne. Vamos destruí-la antes que ela nos destrua. Vamos esmagá-la entre duas pedras. Vamos… vamos atirá-la ao mar de onde ela veio. Kino, é uma coisa maligna, é uma coisa maligna! E enquanto ela falava, a luz voltou aos olhos de Kino, e eles brilharam ferozmente, e os seus músculos retesaram-se e a sua vontade endureceu. – Não – disse. – Eu vou lutar contra essa coisa. Eu hei-de ganhar. Havemos de ter a nossa oportunidade. – O seu punho fechado caiu sobre a esteira. – Ninguém vai roubar-nos a nossa boa sorte – disse. Depois os seus olhos suavizaram-se e acariciou o ombro de Juana. – Acredita – disse ele. – Eu sou um homem. O seu rosto tomou uma expressão astuciosa. – De manhã metemo-nos na nossa canoa e vamos atravessar o mar e as montanhas até à capital, tu e eu. Não vamos ser enganados. Eu sou um homem. – Kino – disse ela com voz rouca. – Tenho medo. Um homem pode ser morto… Vamor atirar a pérola ao mar. – Cala-te – disse ele ferozmente. – Eu sou um homem. Cala-te. – E ela ficou silenciosa, porque ele…

À Boleia pela Galáxia
scifi / October 23, 2010

Segundos antes de a Terra ser destruida para dar lugar a uma auto-estrada intergaláctica, Arthur Dent é salvo e levado para bordo da nave que estava a construir a auto-estrada por um amigo. Um livro ilariante, que nos fala de coisas altamente improváveis, como sejam naves com propulsão de improbabilidade ou ratos que andam à milhões de anos a fazer teste connosco, ou dois primos de outro mundo, um deles o melhor amigo de um tipo, o outro rouba-lhe a candidata a namorada, e que acabam por se juntar (os quatro) no meio de nenhures, e tudo porque o segundo primo decide procurar um planeta altamente imporvável de existir, mas que afinal existe mesmo. À boleia pela galáxia é um livro que nos fala da resposta para a pergunta derradeira da vida, do universo e de tudo o resto: Dois homens sobriamente vestidos encontravam-se respeitosamente sentados em frente do terminal e esperavam. – Está quase na hora – disse um deles. E Arthur ficou espantado ao ser uma palavra materializar-se repentinamente no ar, mesmo ao lado do pescoço do homem. Dizia LOONQUAWL e piscou algumas vezes antes de desaparecer novamente. Antes que Arthur conseguisse assimilar este facto, o outro homem falou,…

O regresso de Merlin
esoterismo / October 23, 2010

– Atenção! – ordenou Merlin. Melchior voltou os olhos, observando a poeira a dançar na luz. A sua visão parecia invulgarmente apurada, uma vez que imaginava conseguir realmente concentrar-se em cada uma das partículas. Centenas, milhares, depois centenas de milhar delas mantinham-se na sua mente, enquanto formavam e voltavam a formar padrões exóticos, imagens fantasmagóricas que flutuavam no ar apenas para se dissolverem e renascerem outra vez. -O que vês? – murmurou Merlin muito próximo do ouvido de Melchior. Melchior abriu a boca para responder, mas não conseguiu. – Optimo! Uma pessoa deve ficar aparvalhada ao ver a realidade pela primeira vez… os mundos indo e vindo como poeira num raio de sol. O que é o conhecimento do feiticieiro além disso? Oh, céus, a minha mensagem. Subitamente, Merlin afastou Melchior para o lado com um rude empurrão. Antes de conseguir pensar, o aprendiz ouviu uma queda. Uma retorta de vidro fora feita em pedaços e, quando olhou com mais atenção, viu que a causa fora um dardo grosso de um arco. – Aquela seta estava-te destinada – comentou Merlin calmamente. – Não te teria matado, mas quis poupar-te a dor. Melchior conseguiu mmurmurar um rápido agradecimento antes de o…

O factor Aladino
finanças pessoais / October 23, 2010

Uma das maiores lições que já aprendi foi quando era empregado numa loja de vídeos em Fort Lauderdale, na Florida. Eramos pago à comissão – uma comissão muito pequena em electrodomésticos de maior porte, coisas como televisões e câmaras de video e uma comissão maior nas restantes mercadorias – baterias, malas e outros acessórios – porque havia muita venda destes produtos. Um dia, entrou um individuo cheio de pressa. Ele ia fazer uma viagem com a família, que estava à espera no carro, e precisava rapidamente de uma câmara de vídeo. Ele confiou em mim e disse: – Dê-me aquilo que acha melhor porque quero gastar 1000 dólares numa câmara de vídeo. Aqui está o cheque. Dê-me algo que possa utilizar agora. Por isso, escolhi para ele e ensinei-o a utilizá-la. Não ganhei muito dinheiro com aquilo porque era um electrodoméstico de grande porte. Em vez de lhe mostrar todos os acessórios, disse para mim mesmo «este tipo está com pressa». Cerca de três dias mais tarde, o mesmo homem regressou como se eu tivesse acabado de lhe matar um filho. – Confiei em si. Passei-lhe um cheque de 1000 dólares assim que aqui entrei. Era suposto você tomar conta…

O Louco
esoterismo / October 23, 2010

Sabem como fiquei louco? Há muito tempo, muito antes de terem nascido os deuses, despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas. As sete máscaras que tinha fabricado meticulosamente tinham desaparecido. Se nenhuma máscara, saí a correr para a rua a gritar: Ladrões! Malditos ladrões! Todos se riram de mim, mas alguns fugiram e fecharam-se em casa com medo. Quando cheguei à praça principal uma criança, que estava sobre o telhado de uma casa gritou: “Olhem, é um louco!” Voltei a cabeça para a ver e o sol encontrou pela primeira vez o meu rosto nu. O sol iluminou ao mesmo tempo o meu rosto e a minha alma. A partir desse dia nunca mais usei máscara, e agradeço todos os dias aos ladrões que me a roubaram. Agora que já sabem como me tornei louco posso confessar-lhes que encontrei muita liberdade e segurança na minha loucura. A liberdade da solidão e a segurança de nunca ser compreendido (aqueles que nos compreendem fazem de nós escravos). No entanto, sei que não posso orgulhar-me demasiado da minha segurança, pois nem o ladrão encarcerado está livre de encontrar outro ladrão. Este é o texto que…

Brida
esoterismo / October 23, 2010

«Wicca sabe organizar um Sabbat», pensou o Mago, à medida que se aproximava. Ele podia ver e sentir a energia das pessoas, circulando livremente. Nesta fase do ritual, o Sabbat parecia-se com qualquer outra festa – era preciso fazer com que todos os convidados comungassem de uma única vibração. No primeiro Sabbat da sua vida ficara muito chocado com tudo aquilo; lembrava-se de ter chamado o seu Mestre para um canto, para saber o que estava a acontecer. – Já foste alguma vez a uma festa? – perguntou o Mestre, aborrecido por ele interrompera uma animada conversa. O Mago respondeu que sim. – E o que faz uma festa ser boa? – Quando todos estão a divertir-se. – Os homens dão festas desde o tempo que habitavam nas cavernas – respondeu o Mestre. – São os primeiros rituais colectivos de que se tem noticia, e a tradição do Sol encarregou-se de manter isso vivo até hoje. Uma boa festa limpa o astral de toda a gente que está a participar; mas é muito dificil de acontecer – bastam poucas pessoas para estragar a alegria comum. Essas pessoas julgam-se mais importantes do que as outras, são difíceis de agradar, acham que estão ali a…

As pequenas coisas dizem muito
filosofia / October 23, 2010

Os pequenos pormenores – o seu tom de voz, as palavras exactas que utiliza quando participa em eventos em tudo o resto banais – comunicam imensas coisas. Será que os pequenos detalhes, como uma ligeira mudança de expressão facil, têm importância? Os seres humanos não incham como sapo nem mudam de cor como os camaleões. As nossas reacções evidenciam-se em expressões faciais mais subtis, em tons de voz e através da nossa linguagem corporal. Pense no seguinte: reconhecer a expressão facial de alguém leva menos de um sexto de segundo. Somos capazes de processar expressões a mais de cem metros. Como conseguimos fazê-lo? Prestando atenção. Os seres humanos sintonizam-se com as expressões faciais enquanto indicadores daquilo em que os seus companheiros estão a pensar. Por sentirmos que as expressões faciais são importantes, consagramos-lhes a nossa atenção. Por prestarmos atensão às expressões faciais, reagimos a elas. Por reagirmos, as expressões faciais tornam-se importantes na nossa comunicação. Da próxima vez que uma pessoa lhe perguntar se gostou do jantar que ela fez e o leitor disser que estava bom lembre-se de que o seu interlocutor está a prestar atenção não só ao que lhe diz, mas também a outras mensagens que lhe…