A Última Aula
filosofia / October 23, 2010

A Última Aula é muito mais do que um livro. É realmente a última aula, dada por um professor catedrático, Randy Pausch, consciente de que essa seria a sua última aula. A Carnegie Mellon University, a Univerdade onde Randy terminou a sua carreira, teve em tempo um programa a que chamava A última aula, em que um professor convidado dava aquela que gostaria que fosse a sua última aula. No caso de Randy Pausch, devido ao problema de cancro que lhe tinha sido diagnosticado, essa seria mesmo a sua última aula. Ele sabia-o, e fez dessa uma aula que merece ser recordada. Deixo-vos um pequeno estrato do livro, que foi escrito posteriormente a essa aula, estendendo-a: Sonhar em grande Os homens pisaram a Lua no Verão de 1969, tinha eu oito anos. Soube então que quase tudo era possível. Era como se todos nós, em todo o mundo, tivéssemos obtido permissão para ter sonhos em grande. Nesse verão tinha ido acampar e, quando o módulo lunar poisou, fomos para a casa principal da fazenda, onde tinham ligado uma televisão. Os astronautas estavam a demorar muito tempo a organizar-se antes de poderem descer a escada e andar na superfície da lunar. Eu compreendia. Tinham…

As pequenas coisas dizem muito
filosofia / October 23, 2010

Os pequenos pormenores – o seu tom de voz, as palavras exactas que utiliza quando participa em eventos em tudo o resto banais – comunicam imensas coisas. Será que os pequenos detalhes, como uma ligeira mudança de expressão facil, têm importância? Os seres humanos não incham como sapo nem mudam de cor como os camaleões. As nossas reacções evidenciam-se em expressões faciais mais subtis, em tons de voz e através da nossa linguagem corporal. Pense no seguinte: reconhecer a expressão facial de alguém leva menos de um sexto de segundo. Somos capazes de processar expressões a mais de cem metros. Como conseguimos fazê-lo? Prestando atenção. Os seres humanos sintonizam-se com as expressões faciais enquanto indicadores daquilo em que os seus companheiros estão a pensar. Por sentirmos que as expressões faciais são importantes, consagramos-lhes a nossa atenção. Por prestarmos atensão às expressões faciais, reagimos a elas. Por reagirmos, as expressões faciais tornam-se importantes na nossa comunicação. Da próxima vez que uma pessoa lhe perguntar se gostou do jantar que ela fez e o leitor disser que estava bom lembre-se de que o seu interlocutor está a prestar atenção não só ao que lhe diz, mas também a outras mensagens que lhe…

Um, ninguém e cem mil
filosofia / October 23, 2010

Escreve à páginas tantas, Luigi Pirandello: Loucuras, forçosamente No entanto, quero falar-lhes primeiro, sucintamente, das loucuras que comecei a fazer para descobrir todos os Moscarda que vivem nos meus conhecidos mais chegados e destruí-los um a um. Loucuras, forçosamente. Porque, como nunca tinha pensado em construir um Moscarda que consistisse, a meus olhos e por minha conta, numa maneira de ser que me parecesse distinguir-se como própria e específica de mim, compreende-se que não me era possível agir com uma qualquer coêrencia lógica. De tempos a tempos, tinha de me revelar o oposto daquele que eu era ou supunha ser para um outro dos meus conhecidos, depois de me ter esforçado por compreender a realidade que me tinham dado: uma realidade mesquinha, necessariamente, volúvel e quase inconsistente. No entanto, algum aspecto, algum sentido e algum valor devia ter para os outros, não só pelas minhas feições, fora da minha vista e da minha apreciação, mas também por muitas coisas em que até então nunca pensara. Pensar e sentir um ímpeto de feroz rebelião foi obra de um momento. Assim começa o capítulo 3 deste livro, em que Moscarda, o personagem-narrador desta aventura do autor italiano vai sucessivamente deconstruindo as imagens…