«Quando ela tinha treze anos, o próprio pai levou-a à cidade para a meter num convento. Pararam num albergue do bairro Sain-Gervais, onde a ceia foi servida em pratos pintados, representado a história da menina de La Vallière. As legendas explicativas, esgarçadas aqui e ali pelos riscos feitos pelas facas glorificavam a religião, a delicadeza de sentimentos e as pompas da Corte.» A frase «a ceia foi servida em pratos pintados» provocou-lhe um sorriso fatigado: «Deram-lhes os pratos vazios? Deram-lhes a comer a história dessa La Vallière?» Que cínico! Julga-se à margem da leitura. Nada disso, a sua ironia acertou em cheio, pois os males simétricos dela e dele, resultavam disso: Emma era capaz de olhar um prato como um livro, e ele o livro como um prato. Assim escreve o autor à paginas tantas deste livro, neste capitulo sobre um rapaz que esforçadamente tenta fazer a ficha de leitura para a escola a estória de Emma Bovary (bem, talvez um dia vos fale também desse, mas não hoje)… Não chegamos a saber se o jovem consegue acabar o livro para fazer a ficha de leitura, ou se porventura a copiou de uma das colegas no dia seguinte antes da…