Lisboa, 27 de Desembro de 1992 Querida Marta, Hoje de manhã, o Diogo apareceu-me cá em casa para me trazer um presente! Fiquei radiante. Nunca pensei que se lembrasse de mim. É uma caixinha de música toda branca (eu tinha-lhe falado do meu quarto) com um pássaro em cima, também branco. É lindissima! Até fiquei comovida! Agradeci-lhe e fiquei tão embasbacada que ele riu-se e disse que não era nada de especial e que só queria dizer que continuava a ser muito meu amigo. Dei-lhe um beijo tão ruidoso que se deve ter ouvido no prédio inteiro. Convidei-o para almoçar cá em casa, porque o Pré-histórico está em casa de um amigo. Aceitou e estivemos os dois imenso tempo a conversar. Quis falar de ti, mas achei que o ia entristecer, de maneira que falámos de outras coisas. Só saiu de cá às cinco horas. Foi o máximo! Penso que vou fazer uma aguarela para dar ao teu irmão. Ao contrário da minha mãe, tenho a certeza que ele vai gostar. Um beijo da, Joana P.S. Telefonei ao João Pedro a agradecer o livro. Ficou histérico: «Ainda bem que gramaste, Joana. Curti bué escolher um livro para ti! Fixe que…