Urros vitoriosos explodiam do buraco atrás dela. Harry ficou especado, enquanto as pessoas começavam a gritar ao avistá-lo. Várias mãos puxaram-no para dentro da sala.
– Ganhámos! – berrava Ron, saltando para a frente e brandindo a Taça prateada na direcção de Harry. – Ganhámos! Por quatrocentos e cinquenta contra cento e quarenta! Ganhámos!
Harry olhou á volta e viu Ginny a correr para ele. Tinha no rosto um ar duro e ardente quando lhe lançou os braços ao pescoço. E, sem pensar, sem planear, sem se preocupar com o facto de estarem a ser observados por cinquenta pessoas, Harry beijou-a.
Passados longos momentos – talvez tisesse sido meia hora, ou vários dias cheios de sol – separaram-se. A sala caíra em silêncio. Depois, ouviram-se vários assobios e um ataque generalizado de risinhos nervosos. Harry olhou por cima da cabeça de Ginny e viu Dean Thomas segurando um copo estilhaçado e Romilda Vane com ar de quem tinha vontade de lhe atirar com qualquer coisa. Hermione sorria, mas o olhar de Harry procurou Ron. Encontrou-o por fim, ainda agarrado à Taça e com a expressão de quem levara uma mocada na cabeça. Por uma fracção de segundo olharam um para o outro, e depois Ron fez um ligeiro movimento de cabeça que Harry interpretou como sendo «Bem, se tem mesmo de ser…»
Com o monstro que habitava o seu íntimo a rugir, triunfante, Harry sorriu para Ginny e fez um gesto vago para o buraco do retrato. Um longo passeio pelos jardins parecia-lhe o mais indicado, durante o qual talvez viessem a discutir o jogo, se tivessem tempo.
Assim começa um dos romances que este sexto voluma da série Harry Potter nos apresenta entre os personagens centrais.
É um livro que me fala de amor em tempo de guerra, e um livro em que muita coisa acontece, e em que se prepara um desfeixo para a série. Não me perguntem se sei como vai terminar a série. Não sei. Mas este livro termina de forma bastante inesperada. Para mim, pelo menos.
Não me atrevo a dizer que se trata do livro que mais gostei da série até agora, porque isso pode dever-se apenas ao facto de ter este ainda fresco na memória, enquanto que os anteriores já foram arquivados no baú da literatura de intertendimento, e portanto apenas ficam memórias e pontos especiais. Talvez depois de a J.K.Rowlinks publicar o último volume eu me decida a lê-los todos de seguida novamente. Penso que valerá a pena.
Gostaria, no entanto, de deixar uma pequena nota ao titulo da versão portuguesa. Ainda que haja algum mistério à volta de quem seja a personagem “Prince”, traduzido para português, correctamente como “Principe”, por alguma razão a autora decidiu chamar ao livro “Half-Blood Prince”, ou “O Principe Mestiço/Meio-Sangue”. O focus resultante desta mudança de nome é significativo, uma vez que num caso se pensa como mais importante o mistério que existe à volta de quem ele seja, enquanto no segundo caso se percebe que o mais relevante é mesmo ele ser meio-sangue, isto é, descendente de um feiticeiro e um muggle, o que faz muita diferença!
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