Com o subtitulo Uma nova forma de conhecimento sob o titulo Os ensinamentos de D.Juan, este livro da autoria de Carlos Castaneda, e que um antigo chefe meu designou, bem na minha opinião, como um livro de chuto prá carola, é considerados por muitos um livro iniciático nas mais relevantes ciências esotéricas.
Nesta edição das Publicações Europa-América, na colecção Millenium/New Age, pode ler-se na contra-capa:
… sob a tutela de Don Juan, leva-nos por esse momento do crepúsculo, por essa fenda no universo entre o dia e a noite, até um mundo, não apenas distinto do nosso, mas de uma ordem de realidade inteiramente diferente…
Ao longo do livro percebemos perfeitamente a natureza de outro mundo, ainda que possamos acreditar que esse mundo tem uma existência fora da imaginação alucinada dos intervenientes ou não.
Na prática tudo passa pela colheita e cultivo de diversas plantas, mais ou menos naturais, mas todas elas bastante activas, neurológicamente falando.
O livro, juntamente com Conversas com D. Juan, do mesmo autor, na mesma colecção, falam das aventuras do autor, guiado por D.Juan, um velho indio, nos rituais que envolvem o consumo de diversas plantas, desde os catos, peyote, até às Datura, falando-nos das sensações que essas plantas lhe provocam, e nos estados de transe em que o deixam.
Mas tudo isto não é em vão. Faz parte do grande caminho para se tornar umhomem de conhecimento. Nada, no fundo, que um bom fumo dos adivinhadoresnão resolva.
Sim, definitivamente, um livro de chuto prá carola! Porque senão vejamos, logo no inicio do capitulo 2:
… Girei a cabeça para a esquerda, a fim de me concentrar na água, e consegui perceber o fundo da caçarola; levantei lentamente a cabeça, e vi um cão negro de tamanho médio a aproximar-se. Vi-o dirigir-se para a água. O cão começou a beber. Ergui a mão para o enxotar, concentrei a minha visão penetrante no cão, que perseguia os seus movimentos, e de repente vio tornar-se transparente. A água era um liquido brilhante, viscoso. Vi-a a descer pela garganta do cão e entrar-lhe no corpo. Vi-a a fluir por todo o comprimento e depois ressumar por cada um dos seus pêlos. Vi o iridiscente líquido viajar ao longo da extensão de cada pêlo individual e depois projectar-se para o exterior, formando uma longa juba branca e sedosa.
…
Terá sido o ínicio de uma noite divertida, entre o personagem/autor e o cão. Poderia facilmente chamar-se as minhas trips no Casal Ventoso, mas aí como a experiência não seria provocada por espécies raras de cactos e similares, nem haveria um guia indio para guiar o autor, não teria a aceitação que este autor teve/tem, e muito menos seria publicado em colecções de esóterismo e colocado na mesma secção nas grande livrarias deste pais (e também um pouco por todo o mundo dito civilizado).
Mas como tudo é natural, e existe um mestre indio/feiticeiro, tudo é perfeitamente aceitável, e até de citar como exemplo.
Um bom livro se quizer entrar nos mundos paralelos do consumo de substâncias alucinogénicas… mas afinal de contas, não é disso que são feitas muitas das novas religiões?
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